Filme do dia – O resgate do soldado Ryan
Nota: 9
Ano: 1998
Ator 1: Tom Hanks
Ator 2: Matt Damon
Diretor:
Steven Spielberg
Oscar:
Concorreu a onze e ganhou 5!
Se enquadra
nas seguintes categorias: Relacionado
à história; Ação sem fôlego; Guerra.
Comentário:
Falar sobre um de seus filmes favoritos é sempre uma fonte de sentimentos
antagônicos. Por um lado é evidente o prazer de relembrar uma obra que te tira
o fôlego. Em compensação, é um desafio mental tentar evidenciar todos os
motivos que fazem o filme ser recomendável.
Sem
sombra de dúvidas, “O resgate do soldado Ryan” é o meu filme de guerra favorito
(e TOP 5 geral!). Me perdoem os fãs de “Platoon” e “Apocalipse Now”, mas vou
fundamentar a minha escolha. Este gênero, que tanto agrada o público masculino,
possui alguns elementos que devem ser tratados com muito cuidado, sob pena de
prejudicar o seu resultado final:
(I)
É claro
que um filme de guerra tem tiro e ação pra todo lado, mas o público deve
entender o que se passa. Muitos filmes de guerra tentam passar a real
sensação da guerra (que nada mais é do que um fuzuê bélico), mas acabam
simplesmente retratando uns 20 ou 30 minutos seguidos de barulheira em que o
espectador não consegue saber o que se passa. “Falcão Negro em perigo” é um
filme que em diversas cenas peca neste tocante. “O resgate do soldado Ryan”,
por sua vez, é perfeito neste tocante. A ação é frenética e o tiroteio é
constante, mas sempre é possível saber o que se passa com cada um dos atores do
filme (os primeiros 20 minutos do filme, que representa o desembarque na
Normandia, é considerado a cena mais sangrenta e agitada de todos os tempos,
mas é de uma beleza apaixonante. Dá pra se ver unas 5 vezes seguidas este
começo e em cada uma delas ficar impressionado por algo.
(II)
O filme
tem que ser dramático e o sofrimento tem que ser “poético”, mas não abuse senão
fica piegas e retira a proximidade de quem assiste. Pra mim tanto “Platoon”
quando “Apocalipse Now” pecam demais nesse ponto. O assassinato de um dos
mocinhos em Platoon (na cena mais clássica do filme) não me pegou... achei
tosco, me afastou da obra como um todo e deixou tudo muito forçado logo em seu
clímax. Já “O resgate do soldado Ryan” é excelente neste ponto. É até difícil
eleger um clímax dramático para o filme. O drama de cada soldado na obra, do
principal ao primeiro do grupo a morrer, é colocado na pitada certa. Uma
receita que saiu exatamente no ponto!
(III)
Embora
todos os soldados fiquem parecidos de uniforme, você tem que distinguir quem é
quem. Em “Falcão Negro em perigo” e “Platoon” você é incapaz de distinguir
quem é o ator que participa de diversas cenas. Você fica em dúvida quem foi que
morreu em determinado momento e só pode concluir quem foi quando o ator não
aparece mais no decorrer da obra. Isso quando você consegue saber qual era o
nome do personagem que morreu. Em “Resgate do Soldado Ryan” tudo é feito de uma
forma que você tem total domínio dos personagens e de suas ações. Cada morte de
um dos atores é sentida por quem assiste o filme.
(IV)
O roteiro
não pode se limitar a “Isto é uma guerra, sobrevive aí!”. Ao mesmo tempo, não
pode esquecer que a batalha campal é essencial. Aqui muitos filmes se
perdem. “Platton” não possui uma linha muito clara de qual seria a
intenção do roteiro. “Apocalipse Now” e “Tigerland”
quase esquece que são filmes sobre guerra, tudo fica em segundo plano pra uma
enrolação sem explicação. Já “O resgate do Matt Damon”(:P) é o roteiro mais
espetacular que já vi de guerra. Basicamente, 4 irmãos vão paraa guerra
(Família Ryan) e 3 deles morrem logo no comecinho. Então o relações públicas do
exército decide que é uma ótima propaganda levar o último irmão são e salvo
paraa família. Só que ele tá lá no olho do furacão da guerra. Desta forma,
escolhem um capitão experiente (Tom Hanks) pra selecionar seus melhores
soldados e ir resgatar o Ryan sobrevivente. Fica a questão? Vale tanto a pena
sacrificar vários bons soldados apenas para resgatar um? Este drama sofrido de
foma inconformada por todos os personagens vale ouro, e mantém o nível do filme
até o seu final.
Ademais, não se pode deixar de aplaudir a atuação de todo o elenco. Tom Hanks
está sensacional, Matt Damon está em seus dias bons, Tom Sizemore é o tempero
certo para a obra, mas todos os demais membros do pelotão merecem um agradecimento especial por esta raridade de
película, que mantém qualquer platéia vidrada no que ocorre. A fotografia é
sublime, a trilha sonora é demais... enfim, não tem como elogiar menos.
Outro
ponto divertido em filmes de guerra é que em alguns anos depois você sempre
pode se divertir descobrindo que estrelas da atualidade eram figurantes na
época da obra. Em “Platoon” temos Jhonny Deep, por exemplo! O novato da vez é “Vin
Diesel”! É bem engraçado ver ele bem menos forte e com pouco destaque ao longo
da obra tentado colaborar no resgate do menino Ryan.
Por
fim, se é que não ficou claro, recomendo para todo desleixado que não viu este
filme que não perca mais tempo e assista agora! Será uma rara exceçãopara
aqueles que não gostam de filme de guerra (pois vão adorar) e será a cereja do
bolo para qualquer um que goste de uma ação sem fôlego.